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2° Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

Leucemia promielocítica aguda como segunda neoplasia após tratamento de linfoma de hodgkin: relato de caso

Apresentação do caso

Paciente sexo feminino, admitida em nosso serviço em fevereiro de 2022, com 17 anos de idade, com diagnóstico de Linfoma de Hodgkin do tipo Subesclerose Nodular com massa Bulky mediastinal, estadio IIB. Foi submetida ao protocolo LHBRA2015 com tratamento quimioterápico de alto risco ( 2 ciclos OEPA+ 4 ciclos COPDAC) e 14 sessões de radioterapia em região mediastinal. Na admissão PET-CT deauville 5, após 2 ciclos OEPA ,PET-CT interim deauville 1, mantendo-se em remissão do linfoma nos exames controle ao término de tratamento e follow up.
Paciente ficou um ano fora de tratamento acompanhando ambulatorialmente em nosso serviço com exames dentro da normalidade. Em dezembro de 2023 em consulta de rotina veio com hemograma controle com quedas dos índices hematimetricos (leucócitos 1.610 e plaquetas 130.000). Foram realizados mielograma com presença de infiltração por blastos mielóides sugerindo LMA M3 e imunofenotipagem de medula óssea com fenótipo compatível com leucemia mieloide aguda, sugerindo pelo perfil fenotípico fusão PML-RARA ou NPM1. O PML-RARA quantitativo positivo confirmou o diagnóstico de leucemia proimielocítica aguda. Paciente iniciou tratamento com o protocolo PETHEMA. Na avaliação após indução encontrava-se em remissão da doença ( remissão morfológica e doença residual mínina negativa). No momento paciente iniciou terapia de manutenção e está com PML-RARA controle negativo.

Discussão

Nas últimas décadas o tratamento de câncer na infância e adolescente apresentou um avanço mundial aumentando substancialmente a sobrevida livre de doença desses pacientes. O surgimento de novos medicamentos, novas drogas-alvo, a intensificação de alguns protocolos, modificaram as curvas de sobrevida fazendo com que grande parte das crianças e adolescentes cheguem a fase adulta. No entanto, as consequências e os efeitos tardios dos tratamentos têm elevado a morbidade e a mortalidade precoce desses pacientes. Complicações como disfunção cardíaca e renal, síndrome metabólica, linfedema, neuropatia periférica, déficits cognitivos e o desenvolvimento de uma segunda neoplasia fazem com que esses pacientes necessitem de acompanhamento regular e multidisciplinar para melhora da qualidade de vida e diagnóstico precoce dessas complicações.

Comentários Finais

Com o aumento da morbidade e mortalidade de crianças e adolescentes tratados para uma neoplasia faz-se necessário acompanhamento regular e multidisciplinar para melhora da qualidade de vida e diagnóstico precoce dessas complicações.

Área

Efeitos tardios

Categoria

Categoria Médico

Autores

Camila Manzini Pengo, Leticia Salina Piana, Eda Manzo, Gabriela Leme Arca, Larissa Bueno Polis Moreira