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2° Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

Recidiva em Rim Contralateral de Tumor de Wilms: um Relato de Caso

Apresentação do caso

MCL, feminina, 16 meses, com abaulamento em abdome há 21 dias. Ao exame físico, apresentou massa de 8 cm em flanco esquerdo, ultrapassando linha média. Tomografia demonstrou 2 massas sólidas no rim esquerdo, medindo 10x10x8 cm e 4,4x4x4 cm, sugestivo de tumor de Wilms, sem alterações em órgão contralateral e sem metástases. Iniciou quimioterapia (protocolo SIOP), com vincristina e dactinomicina seguido por nefrectomia esquerda. Anatomopatológico com componente epitelial (50%), mesenquimal (40%) e blastema (10%), cápsula integra, sem invasão angiolinfática (estádio I risco intermediário) com ausência de necrose tumoral.
Após 32 meses, houve novo surgimento de massa abdominal em flanco direito, com TC mostrando massa em rim direito, medindo 10x10x9cm, sugestivo de Tumor de Wilms. Iniciada quimioterapia com vincristina, actino e doxorrubicina, seguida de heminefrectomia direita. Anatomopatológico com componente epitelial (15%), mesenquimal (15%) e blastema (70%), histologia anaplásica, com infiltração angiolinfática, margem cirúrgica comprometida e necrose presente em menos de 10%, (estádio III alto risco). Atualmente, paciente em quimioterapia, aguardando radioterapia.

Discussão

Tumor de Wilms, principal malignidade renal infantil, afeta principalmente crianças com menos de 10 anos, 65% em menores de 5 anos. Sua recorrência não é incomum, atingindo 15% dos pacientes com histologia tumoral favorável e 50% daqueles com fatores de risco. Dentre os casos de recorrência, 95% ocorrem nos primeiros 2 anos após o diagnóstico, comumente afetando pulmões, enquanto em apenas 1% dos casos, o tumor se manifesta no rim contralateral.
A paciente apresentou clínica típica de Tumor de Wilms, iniciando tratamento quimioterápico e nefrectomia. Mesmo com fatores de bom prognóstico, para a cura e para não recidiva, como a ausência de síndromes genéticas, diagnóstico antes dos 2 anos de idade, ausência de metástases e de anaplasia, acabou por evoluir com recidiva tumoral no rim contralateral. Casos tratados com apenas vincristina e dactinomicina no tratamento inicial do tumor, como no presente caso apresentam um prognóstico mais favorável para tratamento da recidiva, se comparada aos casos que recebem tratamento mais agressivo, incluindo radioterapia inicialmente.

Comentários Finais

Recidiva tumoral em pacientes com tumor de Wilms ocorre em até 15% dos casos, porém apenas 1% apresentam tumor no rim contralateral, como no caso relatado. Assim, nota-se a importância do acompanhamento longitudinal.

Área

Tumores sólidos

Categoria

Categoria Médico

Autores

Rebecca Luguera Copin Tenório, Maria Pizza, Maria Luisa Borsato, Paula Bruniera, Maria Manoela Colombini Carrascosa, Carla Venância Aguilar Santos, Ana Carolina Villas Boas Villela Rossi