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2° Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

ABORDAGEM FONOAUDIOLÓGICA NO TRATAMENTO DE GLIOMA DIFUSO DE LINHA MÉDIA INFRATENTORIAL EM PACIENTES PEDIÁTRICOS

Introdução

O câncer infantojuvenil é um grupo de mais de cem doenças caracterizadas pelo crescimento desordenado das células. Dentre os tumores infantojuvenis malignos mais comuns, aqueles localizados no Sistema Nervoso Central correspondem ao segundo mais prevalente no Brasil. Quando localizados em tronco cerebral são particularmente desafiadores, representando cerca de 10% dos tumores cerebrais pediátricos, além de seu tratamento não possuir fim curativo desde o diagnóstico. Visto que sua localização afeta diretamente as funções do tronco cerebral e dos nervos cranianos que ali se originam, a atuação fonoaudiológica desempenha um papel crucial para avaliação, reabilitação e acompanhamento nesses indivíduos durante a evolução da doença.

Objetivo

Descrever as intervenções e condutas fonoaudiológicas em pacientes pediátricos com glioma difuso de linha média ao longo do tratamento oncológico.

Método

Trata-se de um estudo longitudinal retrospectivo e prospectivo do qual todos os pacientes serão submetidos a avaliação de motricidade orofacial, deglutição e linguagem em cinco momentos: primeira consulta fonoaudiológica, início da radioterapia, após 3, 6 e 9 meses da primeira consulta com fonoaudiologia.

Resultados

Dos 15 participantes selecionados, há prevalência de crianças do sexo masculino, brancas, da região do Sudeste do Brasil e foram admitidos no hospital com uma faixa etária variada de 2 a 14 anos de idade. Como intervenção, mais da metade realizou biópsia e radioterapia, já a menor parte realizou somente radioterapia. Dentre os achados fonoaudiológicos prévios, 46,5% relataram intercorrências durante a alimentação, entre elas engasgo e tosse. Entretanto, 75% precisaram de adaptações e/ou restrição de dieta. Quanto à linguagem, 60% das crianças apresentaram alteração de expressividade anterior às modalidades terapêuticas. Por fim, um número maior de crianças apresentou no primeiro atendimento fonoaudiológico distúrbio de deglutição e linguagem, esse número diminuiu ao início da radioterapia e aumentou novamente 6 meses após esse marco.

Conclusão

Os resultados parciais revelam que a análise das avaliações em diferentes momentos do tratamento evidencia a dinâmica complexa das demandas fonoaudiológicas desses pacientes, a importância de uma abordagem variada e personalizada para otimizar a qualidade de vida e a funcionalidade comunicativa e alimentar durante o curso da doença. Por fim, o presente estudo auxilia no aprimoramento das práticas clínicas e direciona para futuras pesquisas na área.

Área

Cuidados Paliativos

Categoria

Categoria Multiprofissional

Autores

Ana Beatriz Trinca Peres, Pamella Volante Macedo Miranda, Ray Roberto Andrade Nascimento