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2° Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

Tumor desmoplasico e HIPEC: relato de caso de serviço quaternário

Apresentação do caso

D.N.S. , 7 anos, masculino, previamente hígido, iniciou quadro com aumento do volume abdominal (ascite) e perda ponderal por cerca de 2 meses. Após exames de imagem o paciente foi diagnosticado com tumor intra-abdominal e implante peritoneal. O resultado da biópsia foi de tumor desmoplásico nodular. Iniciamos quimioterapia com VAC (Vincristina, Doxorrubicina e Ciclofosfamida), intercalados com ifosfamida e etoposide. Intervalo reduzido, a cada 15 dias. Após nove ciclos foi encaminhado para HIPEC. Durante a cirurgia citorredutora foram retirados inúmeros nódulos metastáticos e administração de cisplatina 100mg/m² = 90mg, implantados drenos torácicos bilateralmente e cateter de Shilley em veia jugular interna esquerda.

Discussão

O tumor desmoplásico de pequenas células redondas tem maior incidência em adolescentes e adultos jovens, com predomínio do sexo masculino. Possui localização principalmente intra-abdominal, o diagnóstico é dado por anatomo-patológico e imunohistoquímica, com marcadores epiteliais, mesenquimais e neurais positivos. Não possui adequada padronização para o seu tratamento, podendo cursar com mau prognóstico, e pouca resposta significativa à quimioterapia e à radioterapia. As metástases são principalmente em peritônio, fígado e tecido linfóide e a principal causa de óbito é o extenso acometimento intra-abdominal. Estudos realizados provaram que a perfusão peritoneal hipertérmica (HIPEC) é segura em crianças. HIPEC é a técnica combinada entre hipertermia e agente quimioterápico, infundido no peritônio no intra-operatório através de um circuito de perfusão. O quimioterápico é administrado na cavidade intraperitoneal, junto a agentes neutralizantes que protejam dos efeitos sistêmicos da droga. O tiossulfato de sódio liga-se e inativa a cisplatina na circulação sistêmica e minimiza a toxicidade renal esperada, permitindo doses altas de cisplatina intraperitoneal, com níveis séricos compatíveis aos administrados por via intravenosa. O objetivo é descrever o caso raro de paciente com tumor desmoplasico com disseminação peritoneal tratado com quimioterapia sistêmica e peritoneal, pela raridade do caso e factibilidade do tratamento utilizado.

Comentários Finais

O paciente recuperou-se bem do procedimento, permaneceu em UTI por 5 dias. Apresenta sobrevida livre de eventos de oito meses, contudo, apresentou recidiva do tumor no peritoneo estando atualmente inserido em protocolo alternativo.

Área

Tumores sólidos

Categoria

Categoria Médico

Autores

Maria Estela Shiroma, Ana Carolina dos Santos Torquato, Carolina Silva de Aguiar, Debora Silva Lira da Costa, Fernanda Kelly Marques de Souza Adriano, Flora Yamashita Gimenez, Tarsyla Medeiros de Albuquerque, Simone de Campos Vieira Abib, Eliana Maria Monteiro Caran