Dados do Trabalho
Título
Gliomas de via óptica de baixo grau pediátrico na era da terapia alvo: a experiência de um instituto latino-americano
Introdução
Gliomas de vias ópticas e hipotalâmicos são 15% de todos os gliomas pediátricos de baixo grau (GBGP). O manejo desses tumores requer intervenções com cirurgias, quimioterapia, terapias alvo ou , menos frequentemente, radiação. As taxas de biópsia aumentaram ao longo dos anos com o surgimento de terapias alvo e o aumento da compreensão dos fatores genéticos, pois os GBGPs apresentam maior ativação do BRAF, com ativação da via Ras/MAP-quinase
Objetivo
Destacar como o manejo desses tumores mudou após a medicina de precisão
Método
Coleta de dados clínicos, moleculares e mutações somáticas de pacientes com glioma de via óptica, tratados de 2014 a 2023 no centro. Exclusão dos pacientes sem análise molecular ou alterações somáticas. A análise do sequenciamento de próxima geração (NGS) foi realizada utilizando o painel Oncomine Childhood Cancer Research Assay® (OCCRA®), da Thermo Fisher Scientific®
Resultados
A coorte incluiu nove pacientes, 66,6% femininos, a mediana de idade foi 4,7 anos (variação de 0,4 a 11,9 anos). Sete pacientes realizaram biópsia, um paciente fez ressecção parcial e um ressecção total pois apresentava GBGP intraconal do nervo óptico direito, resistente à quimioterapia convencional. O exame anatomopatológico revelou Ganglioglioma Grau I em um paciente, Astrocitoma Pilomixoide em um paciente, Tumor Glioneuronal Grau I em um caso e Astrocitoma de baixo grau em seis casos. O sequenciamento de DNA foi realizado nos nove pacientes com cinco apresentando mutação BRAFV600E e quatro fusão KIAA1549:BRAF. Todos receberam quimioterapia convencional, sem uso de radioterapia, com resposta parcial no melhor caso.Os protocolos utilizados foram Vinblastina, Vinorelbina, Vinblastina com Bevacizumabe e Carboplatina com Vincristina.Seis pacientes usam terapia alvo, com tempo mediano de 6,2 meses (variação de 3,3 a 19,1 meses).O Inibidor BRAF com inibidor MEK foram iniciados em dois pacientes, monoterapia com inibidor MEK em três e monoterapia com inibidor BRAF em um. Destes, três pacientes com doença estável. Um paciente com redução tumoral significativa e outro aguarda avaliação. Todos vivos com mediana de acompanhamento de 5,5 anos (variação de 1,6 a 9,6 anos)
Conclusão
A cirurgia no cenário do glioma de via óptica é importante para o diagnóstico histológico e molecular. Eles apresentam sobrevida prolongada e o plano terapêutico deve ser menos agressivo, com biópsia/ressecção parcial para fornecer material para análise molecular e guiar uso de quimioterapia convencional ou terapia direcionada
Área
Neuro-oncologia
Categoria
Categoria Médico
Autores
Jéssica Benigno Rodrigues, Andrea Maria Cappellano, Sergio Cavalheiro, Patricia Dastoli, Marcos Devanir Silva Da Costa, Maria Teresa de Seixas Alves, Frederico Adolfo Benevides Da Silva, Silvia Regina Caminada De Toledo, Francine Tesser Gamba, Matheus Costa Carvalho Augusto, Nasjla Saba Da Silva