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2° Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

Avaliação das demandas psicológicas de familiares e pacientes em cuidados paliativos pediátricos de um hospital especializado em oncologia pediátrica

Introdução

A vivência de um prognóstico reservado de uma criança com câncer é um desafio emocional, físico, social e espiritual para o paciente, família e profissionais da saúde. Quando as terapias propostas não correspondem às expectativas, um caminho de cuidado pode ficar mais evidente: os cuidados paliativos pediátricos. Neste percurso de cuidado que preconiza o conforto, qualidade de vida e apoio integral às crianças e famílias, o atendimento psicológico é fundamental. Diversas demandas psicológicas podem se apresentar, podendo abranger: a comunicação intrafamiliar e com a equipe de cuidado, a mudança na rotina, a relação com o adoecimento e o impacto que esse pode trazer à tona, o conceito que a família têm sobre a morte, os inúmeros lutos simbólicos vivenciados, entre outros. Nesse sentido, compreender e evidenciar essas demandas pode auxiliar o psicólogo e a equipe de cuidados na oferta de um atendimento mais adequado, humanizado e integral.

Objetivo

O objetivo do estudo é evidenciar as necessidades psicológicas de familiares de crianças e adolescentes em cuidados paliativos em um serviço especializado em oncologia pediátrica.

Método

Trata-se de um estudo retrospectivo baseado em análise de 14 prontuários psicológicos de pacientes com câncer em cuidados paliativos pediátricos de um hospital oncológico de referência na cidade de São Paulo. Após revisão, utilizou-se a análise de conteúdo de Bardin (2016), categorizando e codificando as demandas apresentadas pelos familiares.

Resultados

Os dados foram analisados com base nas categorias temáticas emergentes, permitindo uma compreensão acurada das demandas psicológicas dos pacientes e seus familiares no contexto dos cuidados paliativos pediátricos. Os resultados revelaram 7 categorias: (1) Medo do procedimento, com ou sem tentativa de impedimento, (2) Comunicação não efetiva, (3) Diagnóstico psicológico desfavorável (risco psíquico), (4) Impacto da internação/diagnóstico, (5) Sequelas de manipulação cirúrgica e/ou do adoecimento, (6) Desamparo do paciente ou acompanhante e (7) Internação prolongada. Sendo as categorias (4), (5), (6) e (7) as principais demandas.

Conclusão

Os achados deste trabalho apontam para a importância do estabelecimento de um plano terapêutico focado nestas demandas mais prevalentes, personalizando as intervenções terapêuticas às necessidades únicas de cada caso. Assim, é possível assegurar um tratamento digno e compassivo, que promova a melhor qualidade de vida possível, mesmo diante de uma doença incurável.

Área

Psicologia

Categoria

Categoria Multiprofissional

Autores

Marina Brito Lemos, Astrit Sánchez Díaz, Carlota V B Moraes, Carolina Paula Jesus Kaza, Heloísa Benevides de Carvalho Chiattone