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2° Congresso Internacional do GRAACC

Dados do Trabalho


Título

Tratamento clínico exitoso de fibromatose mamária em adolescente: relato de experiência

Apresentação do caso

Os autores descrevem o caso de uma adolescente de 13 anos, filha de pais consanguineos, apresentando tumoração no prolongamento axiliar da mama, progressiva, com evolução de cerca de 1 ano, cujo exame físico mostrou mamas assimétricas, com nódulo em quadrante superolateral de mama esquerda, estendendo-se até linha axilar média, endurecido, indolor, pouco móvel, 9X11 cm. A ultrassonografia mostrou tratar-se de nódulo irregular, orientação paralela, margens microlobuladas, heterogêneo, sem fenômeno acústico posterior medindo 14,0 x 5,0 cm, localizado no quadrante superolateral da mama esquerda, se estendendo até linha axilar média, BI-RADS® 4, e a “Core biopsy" de axila esquerda evidenciou proliferação mesenquimal benigna compatível com fibromatose, com imunohistoquímica mostrando positividade para B-catenina, Ki67 (<1%) e negatividade para 1A4, S100, desmina e miogenina. Dado o tamanho do tumor em relação a mama, posicionamento e carácter infiltrativo, a proposta inicial seria a realização de mastectomia, o que teria grande impacto pela idade da paciente. Optou-se, portanto, por tratamento clínico com tamoxifeno 3m/kg/dia e celecoxibe 200mg ao dia, seguido de doxorrubicina 50mg/m2 a cada 30 dias por cinco ciclos. Observou-se redução inicial da lesão, com posterior estabilidade, evitando-se a necessidade de cirurgia radical. A paciente mantém controle semestral com ressonância magnética de tórax e de corpo total há 2 anos, sem progressão.

Discussão

A fibromatose mamária é uma afecção benigna localmente agressiva, raramente ocorrendo em crianças e adolescentes. Perfazem 0,2% das neoplasias de mama e geralmente ocorrem na faixa etária de 37 a 50 anos, com localização profunda. Por conta do caráter infiltrativo das lesões, a abordagem é cirúrgica e exige amplas excisões e a recidiva é comum. Como alternativa, em tumores desmóides de outras localizações, é descrito o uso de quimioterapia, inibidores de tirosino-quinase ou terapia hormonal associada ou não a anti-inflamatório. Neste relato, apresenta-se o resultado do tratamento clínico com hormonioterapia associada a anti-inflamatório não hormonal, seguido de antraciclina, com regressão parcial e sobrevida livre de progressão em 2 anos de acompanhamento.

Comentários Finais

Trata-se de um tumor raro, com apresentação não usual na mama na faixa etária pediátrica, cujo tratamento clínico possibilitou controle tumoral e melhora da qualidade de vida da paciente.

Área

Tumores sólidos

Categoria

Categoria Médico

Autores

Fernanda Teresa de Lima, Madeleyne Beatriz Boado Quiroga Cardenas, Angela Flavia Logullo Waitzberg, Joaquim Teodoro de Araujo Neto, Eliana Maria Monteiro Caran