Dados do Trabalho

Título

Recidiva de Paraganglioma em adolescente: Relato de caso

Apresentação do caso

Paciente K.C.S, 14 anos, sexo feminino, 45kg, histórico prévio de paraganglioma torácico com invasão de corpo vertebral, realizou tratamento cirúrgico e quimioterapico em março de 2021. Em abril de 2024 a mesma interna em protocolo de risco de suicídio, por intoxicação exógena. Paciente ingeriu de forma intencional benzodiazepínicos e prometazina após a suspeita de uma possível recidiva do tumor. Realizados todos os exames diagnósticos e constatado recidiva de paraganglioma de T2 a T4 à esquerda. Em maio interna novamente para ressecção do tumor, cirurgia bem sucedida com diminuição de potencial medular abaixo do nível da lesão. Em decorrência da retirada da lesão tumoral paciente manifestou paraplegia como sequela, e consequentemente apresentou incapacidade de desencadear micção voluntária conforme estudo urodinâmico realizado durante a internação, sendo necessário realizar sondagem vesical de alívio a cada 4 horas.

Discussão

Os paragangliomas são neoplasias neuroendócrinas raras com origem em células especializadas derivadas da crista neural, extremamente vascularizadas, próximas a tecidos integrados em funções autonômicas. São mais frequentes na região da carótida ou jugular timpânicos, cerca de 80% a 90% dos casos, mas podem se desenvolver em qualquer lugar onde existam células cromafins, desde a base do crânio até a bexiga.

Comentários Finais

Além das informações relatadas, paciente apresenta metástases de foco pulmonar. Devido a complexidade do caso, associado a sequela decorrente da cirurgia da recidiva, equipe pediátrica, cirúrgica e oncológica, definem com os pais e com a paciente a não realizar nova intervenção cirúrgica neste momento, optando somente por tratamento quimioterápico via oral. Ressalta-se também a importância de um acompanhamento psicológico adequado a paciente adolescente com este tipo de diagnóstico, levando em consideração que a motivação da tentativa de suicídio mencionada foi a hipótese de uma recidiva do tumor.